As bombas de demolição da RAF
As maiores bombas utilizadas pelos aliados na Segunda Guerra Mundial eram chamdas de “TallBoy” e “Grand Slam”, estas bombas foram projetadas para operações especiais que exigiam alta poder de penetração dos artefatos.
Elas eram oficialmente chamadas de “D.P.” (Deep Penetration – Alta Penetração), entretanto não eram projetadas especificamente para destruição de Bunkers ou fortificações como o nome sugere, elas eram empregadas para demolição através da grande onda de choque e abalo sísmico que provocavam.
As duas bombas eram carregadas em suportes especialmente projetados em bobardeiros Lancasters, e a difetença entre elas era somente o tamanho, a Tallboy possuía 12000lb e a Grand Slam 22000lb. A Grand Slam podia penetrar até 40 metros no solo e ultrapassar paredes de concreto com até 2m de expessura antes de detonar causando uma enorme onda de choque e um terremoto local.
Eram equipadas com um explosivo chamado Torpex, uma abreviação de Torpedo Explosive, uma vez que foi utilizado primeiramente em torpedos, pois em sua composição havia 18% de alumínio, o que retardava a detonação e aumentava o poder de destruíção dos torpedos. A partir de 1942 este tipo de explosivo, 50 vezes mais poderoso que o TNT, passou a ser utilizado em bombas. A composição básica do Torpex é 40% de TNT, 18% de Alumínio e 42% de RDX (T4, usado em explosivos plásticos até hoje).
Algumas especificações técnicas:
O corpo destas bombas era fabricado em cinco seções soldadas, o nariz e a base eram de aço forjado, e as outras três seções eram de chapas de metal dobradas e soldadas ao meio, um belo trabalho de caldeiraria.
A cauda usada era as padrões da época também usadas em outros artefatos para a Tallboy usava-se a cauda denominada n°78, e para a Grand Slam n°82, nos manuais da RAF. Ambas as caudas eram construídas de um cone feito de uma liga leve de metal onde se fixavam quatro aletas. Estas aletas eram fixadas em um ângulo de 5° dando a elas uma rotação para a direita quando caiam, através desta rotação a trajetória da bomba não era alterada, elas desenvolviam velocidades rotacionais de 300rpm (TallBoy) e 60rpm (GrandSlam).
Quando lançadas em bombardeio a velocidade de vôo somada a velocidade do ar, faziam estes artefados desenvolver uma velocidade relativa supersônica que garantia ainda mais a eficiência do lançamento.
Abaixo um desenho detalhado do mecanismo de detonação e um video destas bombas em operação.
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As bombas Tallboy foram empregadas especialmente pelo esquadrão 617° da RAF, em diversas operações entre agosto de 1944 e dezembro de 1945. Alguns “raids” foram realizados na Operação Crosbow, que visava destruir as bases de lançamento das Bombas V1 e V2 alemãs, além de muitos sobre docas, bases de U-boots e contra o navio Tirpitz que foi por três vezes atingido por elas mas só vindo a afundar durante a operação Catechism, em 12 de novembro de 1944, quando duas bombas o atingiram. Foram construídas 854 unidades das bombas Tallboy.
As bombas Grand Slam foram produzidos em número muito menor, apenas 42 foram produzidas e lançadas, também foram empregadas pelo esquadrão 617° da RAF, e frequentemente usadas em conjunto com as bombas Tallboy.
Os “raids” eram realizados sempre com dois ou três aviões levando a Grand Slam (houve um raid onde 10 Grand Slam foram lançadas) , elas foram empregadas entre março e abril de 1945, porém não foram muito efetivas, uma vez que nem sempre acertam a área do alvo com precisão, sendo o trabalho completado pelas Tallboy. A combinação destes dois artefatos era muito eficiente, e muitos vezes nenhum avião era perdido durante as missões.
Fonte:
617 Squadroon – The Operational Record Book 1943 – 1945
British Explosive Ordnance, Naval Ordnance Systems Commad, 10 june 1946
Video – Bomberguy
Royal Air Force Bomber Command
Bom pessoal, é isso aí, conhecer um pouco da história faz parte também desse nosso hobby, recomendo o primeiro link para quem quiser saber mais sobre o 617° Squadron da RAF e quem sabe até fazer algum Lancaster em homenagem a eles, nesse arquivo será possível encontrar até o nome das tripulações dos Bombardeiros que participaram destes “raids” épicos.
Um grande abraço e até a próxima !
Como sempre exelente materia.
Parabens.
Obrigado !!! Ficou feliz em poder produzir conteúdo que agrade aos leitores….