O looping….
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Vídeo originalmente publicado no perfil do Youtube – O looping.
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Com certeza uma das melhores produções nacionais que já vi. Simplesmente sensacional!
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Hoje, 23 de abril de 2016, partiu o último grande herói. O último piloto brasileiro veterano da Segunda Guerra Mundial, o Major Aviador John William Buyers. E hoje entra publicamente na internet o Curta Metragem “O Looping”, que é sobre a paixão de voar. Não há data mais propícia, porque o filme, como poderão ver, além de retratar o que representa para os aviadores o voo, é também uma justa homenagem aos brasileiros que foram lutar por um mundo melhor na Europa.
Buyers, filho de norte-americanos, nasceu na cidade mineira de Juiz de Fora e foi o oficial de ligação entre a USAAF e o Grupo de Caça da FAB que lutou contra o fascismo na Itália em 44 e 45.
“O Looping” É um filme de ficção sobre a amizade de um menino e um aviador. O roteiro eu tinha idealizado há mais de 15 anos, mas não havia tecnologia barata para que pudéssemos executá-lo. Lá por 2011 já havia tecnologia mais acessível, com câmeras que filmavam quadro a quadro, em progressivo como uma câmera de cinema, e com uma qualidade full HD.
Parafraseando Glauber Rocha, provavelmente o nosso mais notável cineasta, autor da famosa frase “uma câmera na mão e uma idéia na cabeça”, nós a adaptamos para “uma câmera, dois Pipers Cub na mão e uma ideia na cabeça”. Foi aí que começou.
Já poderíamos filmar, disse. Estávamos em uma roda de conversa de aviadores. Eu, o Plínio Lins, que trabalhou na fotografia, e o Ricardo Haag, que faz o papel do piloto, na frente do hangar, no fim de uma tarde.
Eu havia acabado de chegar de um voo, que nesses pequenos “aviões de pano”, no fim da tarde, representam um refrescar de ideias. “Era hora”, disse a eles. Que automaticamente se animaram.
Um filme sobre aviação precisava de aviadores. E aí está a maior curiosidade da obra, a grande maioria das pessoas que que participam do filme são aviadores ou tem uma relação direta com a aviação. O menino, o ator principal, é sobrinho de um lendário, já falecido, piloto de acrobacias, o Alexandre Catelli, e Bruno Catelli já é fã de aviação. Seu pai, Mauricio, também já é piloto e sua mãe, Suzanne, paraquedista. E eles atuam no filme. Ricardo Haag, que faz par com o menino, era instrutor de voo na época das filmagens, e hoje é piloto de grandes Boeings. E detalhe, ele, na cena em que está pilotando, está realmente pilotando. Além disso, revezamos o comando diversas vezes do PA-18 para as filmagens do maravilhoso J-3.
Renato Bonventi, que faz o menino velho, é aviador e pai de aviador. E entre as seis pessoas que pegaram em câmeras para filmar, cinco são aviadores. E o único que não era foi contaminado com a ideia e pretende, seriamente, aprender a pilotar.
Confesso, foi uma loucura, meu primeiro filme ser de época, com aviões, em diversas locações, com diversos atores, e com cenas complexas. Além disso, misturar duas coisas que são entre as que mais movem as paixões das pessoas, a aviação e o cinema.
O filme estava pronto desde o final de 2013. Hoje entra no ar. Afinal, arte é para ser mostrada.
Agradeço a todas as pessoas que se dedicaram e suaram a camisa para fazer com que a obra ficasse pronta, eternizada. Os créditos todos estão no filme.
Espero que gostem.
Filipe Rafaeli é piloto de acrobacias
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Meados de 2011, o Filipe Rafaeli, piloto de acrobacia, um amigo que frequentava minha casa para bons papos sobre aviação, me convidou para participar do projeto de um Curta Metragem que havia idealizado alguns anos antes.
Para este curta seria necessário uma criança e um avião de época. Tudo casou perfeitamente, pois o Bruno, meu filho, na época com 6 anos e pouco, se encaixaria como uma luva para o papel e o J3, meu avião, um modelo lendário seria uma ótima opção. Não hesitei em topar o desafio, seria uma produção colaborativa entre amigos aviadores, dentre eles o meu compadre Hernani Dippólito, o Plinio Lins e o Geraldo Garcia.
Foi muito inspirador imaginar minha família inteira tendo a oportunidade de atuar, inclusive minha esposa Suzanne e filhas pequenas, poder contracenar com meu filho, pilotar e fazer algumas das cenas aéreas de um filme que esta ajudando a produzir e ainda tudo isso entre amigos. Na pior das hipóteses seria uma nova experiência e uma recordação maravilhosa a ser guardada para sempre. Hoje passado algum tempo desde a finalização do filme, já vejo o quanto meus filhos cresceram e o quanto essa recordação será valiosa.
Uma certeza na mente. O esforço, a dedicação e a superação sempre valem a pena.
Agradeço ao Filipe, ao Plinio, ao Haag , ao Hernani, ao Luiz Gustavo, ao Geraldo Garcia, ao Dr. Renato e a todos que com muita dedicação fizeram este projeto ser concretizado
Mauricio Catelli é piloto de acrobacia